Diálogo da Fé. (Organização, tradução e notas do Pe. Armando Cardoso). Edições Loyola, São Paulo, 1988.
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Dicionário de Tupi antigo
A língua indígena clássica do Brasil
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_____Diálogo da Fé (Organização, tradução e notas do Pe. Armando Cardoso). Edições Loyola, São Paulo, 1988.
reruba (s.) - var. de coelho (Brandão, Diálogos, 254)
BRANDÃO, Ambrósio Fernandes [1618], Diálogos das grandezas do Brasil. 3. ed. São Paulo: Biblioteca Virtual do Estudante de Língua Portuguesa - USP, s.d. Publicação eletrônica.
apesu (s.) - nome de uma ave (Brandão, Diálogos, 228)
gûaky - o mesmo que mokó (v.) (Brandão, Diálogos, 255)
tikûarã (s.) - nome de uma ave (Brandão, Diálogos, V, 230)
ûakûakûá (s.) - nome de uma ave (Brandão, Diálogos 233)
(Brandão) BRANDÃO, Ambrósio Fernandes, Diálogos das Grandezas do Brasil. Segundo a edição da Academia Brasileira de Letras, corrigida e aumentada, com notas de Rodolpho Garcia e introdução de Jaime Cortesão. Edições Dois Mundos Editora Ltda., Rio de Janeiro, 1943. (Utilizaram-se também fotocópias do manuscrito L.Q.14 da Biblioteca da Universidade de Leiden, Holanda.)
araré (s.) - nome de um peixe (Brandão, Diálogos, 239)
sypó - o mesmo que ysypó (v.) (Brandão, Diálogos, 205)
taîteté (s.) - cateto (v. taîtetu) (Brandão, Diálogos, 251)
îeremũ - o mesmo que îurumũ (v.) (Brandão, Diálogos, 198)
makuîé - o mesmo que mukuîé (v.) (Brandão, Diálogos, 217)
pike'a - o mesmo que peke'a (v.) (Brandão, Diálogos, 171)
punari - o mesmo que punaré (v.) (Brandão, Diálogos, 254)
takyra (s.) - nome de uma planta (Brandão, Diálogos, 211)
taraba (s.) - nome de um pássaro (Brandão, Diálogos, 230)
gûaragûará - o mesmo que karakará (v.) (Brandão, Diálogos, 233)
îata'uba - o mesmo que îata'yba (v.) (Brandão, Diálogos, 171)
tataîuba (s.) - TATAJUBA (v. tataîyba) (Brandão, Diálogos, 207)
gûarausá - o mesmo que agûarausá (v.) (Brandão, Diálogos, 245)
kamarupĩ2 (s.) - CAMURUPIM (v. kamurupy) (Brandão, Diálogos, 235)
inhambûasu - o mesmo que îambugûasu (v.) (Brandão, Diálogos, 227)
karûatá (s.) - CARAGUATÁ (v. karagûatá) (Brandão, Diálogos, 203)
susurana - o mesmo que sûasuarana (v.) (Brandão, Diálogos, 263)
masaranduba - o mesmo que masarandyba (v.) (Brandão, Diálogos, 171)
tamotarana - o mesmo que tamûatarana (v.) (Brandão, Diálogos, 198)
îaratakaka (s.) - JARITACACA (v. îa'urekaka) (Brandão, Diálogos, 253)
gûararymá (s.) - nome de uma ave aquática (Brandão, Diálogos, 234)
tamandûasu - o mesmo que tamandûagûasu (v.) (Brandão, Diálogos, 255)
Araré (serra do ES). Nome de um peixe (Brandão, Diálogos, 239).
gûambîapirûera (s.) - nome de uma ave falconídea (Brandão, Diálogos, 233)
pirõ (s.) - nome de uma ave falconídea (Brandão, Diálogos, 233)
îagûararuapema (s.) - nome de um animal carnívoro (Brandão, Diálogos, 259)
uru'i (etim. - uruzinho) (s.) - nome de uma ave (Brandão, Diálogos, 226)
aké3 (s.) - planta da família das palmáceas (Brandão, Diálogos, 195)
teîkuare'ẽ (etim. - sesso doce) (s.) - nome de uma ave (Brandão, Diálogos, 230)
kaîá (s.) - CAJÁ (v. akaîá) (Sousa, Trat. Descr., 191; Brandão, Diálogos, 216)
aîriré (s.) - IRERÊ, ave da família dos anatídeos (Brandão, Diálogos, 234)
anakã (s.) - ave psitacídea; o mesmo que anaká (v.) (Brandão, Diálogos, 228)
gûaîaranha (s.) - crustáceo da família dos inaquídeos (Brandão, Diálogos, 245)
kakũ (s.) - nome de uma ave de hábitos noturnos (Brandão, Diálogos, 233)
kûamoká (s.) - nome de uma fruta vermelha (v. kambuká) (Brandão, Diálogos, 217)
seriema (s.) - ave cariamídea, o mesmo que sariama (v.) (Brandão, Diálogos, 230)
Itaquiraí (rio de MS). De takyra - nome de uma planta (Brandão, Diálogos, 211) + 'y: rio das taquiras.
pirarigûá (s.) PIRIRIGUÁ, ave da família dos cuculídeos (Brandão, Diálogos, 230)
gûarataûrana (s.) - ave falconídea; o mesmo que urutaûrana (v.) (Brandão, Diálogos, 232)
karã (s.) - nome de uma ave da família dos aramídeos (Brandão, Diálogos, 234)
nambu1 - o mesmo que îambu (v.) (D'Abbeville, Histoire, 237; Brandão, Diálogos, 227)
sapinhagûá (s.) - SAPINHANGUÁ, espécie de molusco comestível (Brandão, Diálogos, 244)
murukuîamixyra (etim. - maracujá cozido) (s.) - variedade de MARACUJÁ (Brandão, Diálogos, 212)
Cacu (GO). De kakũ - nome de uma ave de hábitos noturnos (Brandão, Diálogos, 233).
abatiputá (s.) - JABUTAPITÁ, BATIPUTÁ, o mesmo que aîabutipytá (v.) (Brandão, Diálogos, 202)
pasendó (s.) - planta "a modo de canas que se tem por legume" (Brandão, Diálogos, 198)
sapopyra (etim. - raiz crua) (s.) - SAPOPIRA, o mesmo que sebypyra (v.) (Brandão, Diálogos, 171)
gûaxé (s.) - GUAXE, ave passeriforme da família dos icterídeos (Brandão, Diálogos, 230)
îeremũ-pakobá (etim. - jerimum pacova) (s.) - variedade de jerimum (v. îurumũ) (Brandão, Diálogos, 198)
ybyraku'i (etim. - madeira-pó) (s.) - BRACUÍ, GUARACUÍ, nome de uma árvore (Brandão, Diálogos, 171)
îaburu (s.) - JABURU, o mesmo que îabyru (v.) (D'Abbeville, Histoire, 242; Brandão, Diálogos, 226)
îia (s.) - JIA, nome comum a rãs da família dos leptodactilídeos (Brandão, Diálogos, 257)
gûaîbĩkûarusu (etim. - buracão, grande vagina de velha) (s.) - nome de um peixe (Brandão, Diálogos, 237)
serikó (s.) - SERICÓIA, SERICORA, nome de uma ave, espécie de saracura (Brandão, Diálogos, 234)
Gragoatá (RJ). De karagûatá: gravatás, caraguatás, plantas bromeliáceas (Brandão, Diálogos, 203).
tikûaã (s.) - nome de um gato do mato, "...mui agourento para os índios" (Brandão, Diálogos, 258)
tixarimbó (s.) - nome de uma planta da qual se faziam cestas e açafates (Brandão, Diálogos, 206)
'ybamirĩ (etim. - fruta pequena) (s.) - nome de uma fruta semelhante ao limão (Brandão, Diálogos, 217)
Jiriba (córrego da BA). De îuruba: juruva, jeruva, jiriba, var. de papagaio (Brandão, Diálogos, 229)
sapuka'i1 (s.) - nome de árvore, o mesmo que sapukaîa (v.) (Sousa, Trat. Descr., 213; Brandão, Diálogos, 171)
Quiriba (BA). De kiryba: quiris, quirins, plantas da família das borragináceas (Brandão, Diálogos, 171).
peîtika (s.) - PEITICA, ave da família dos tiranídeos, considerada de mau-agouro (Brandão, Diálogos, 230)
saúna (etim. - olhos escuros) (s.) - SAÚNA, nome comum a certos peixes mugilídeos (Brandão, Diálogos, 238)
gûasunĩ (s.) - GUAXINIM, animal carnívoro da família dos procionídeos (v. îagûasinĩ) (Brandão, Diálogos, 258-259)
murukuîayperoba1 (etim. - maracujá da casca amarga) (s.) - variedade de MARACUJÁ, MARACUJÁ-PEROBA (Brandão, Diálogos, 212)
saûasu (etim. - olhos grandes) (s.) - nome de peixe de mar da família dos carangídeos (Brandão, Diálogos, 238)
peîty (s.) - frutos que se parecem com tâmaras, de árvore da família das palmáceas (Brandão, Diálogos, 217)
tukanusu1 (etim. - grande tucano) (s.) - TUCANUÇU, TUCANAÇU, ave da família dos ranfastídeos (Brandão, Diálogos, 230)
gûyra'ĩeté (etim. - passarinho genuíno) (s.) - nome de um pássaro de penas amarelas e pretas (Brandão, Diálogos, 228)
kunhataĩapé (etim. - caminho de menina) (s.) - pássaro "cujo canto forma o choro de uma criança" (Brandão, Diálogos, 230)
kamusi3 (s.) - cova, caverna onde eram postas as urnas que continham a ossada dos índios mortos (Brandão, Diálogos, 67)
inhûapupé (s.) - ENAPUPÊ, nome de ave semelhante à perdiz, da família dos tinamídeos; o mesmo que nhapupé (v.) (Brandão, Diálogos, 227)
îamandakará (s.) - MANDACARÁ, planta da família das cactáceas (Cereus hildmannianus K. Schum.), que dá fruta vermelha (Brandão, Diálogos, 217)
kamaraûasu (etim. - camará grande) (s.) - CAMARÁ-AÇU, planta da família das aristoloquiáceas (Aristolochia brasiliensis) (Brandão, Diálogos, 212; Theat. Rer. Nat. Bras., II, 236)
sabiîeitá (s.) - nome de uma árvore amarela, muito rija, que dá tinta da mesma cor, talvez o mesmo que sabiîuîuba (v.) (Brandão, Diálogos, 171)
inhambu (s.) - NHAMBU, JAMBU, planta da família das compostas (Spilanthes acmella (L.) Murray), de folhas largas, boa para comer (Brandão, Diálogos, 211)
gûandu (s.) - GUANDU, GUANDO, ANDU, var. de feijão, planta leguminosa-papilionoídea (Cajanus cajan (L.) Millsp.), de origem angolana (Brandão, Diálogos, 197)
gûaîeru (s.) - GUAJURU, GUAJIRU, GAJURU, GAJERU, GAJIRU, árvore crisobalanácea; o mesmo que abaîeru (v.) (Marcgrave, Hist. Nat. Bras., 77; Brandão, Diálogos, 218)
kuruá2 (s.) - 1) planta cucurbitácea trepadeira de que se pode fazer latada; 2) o fruto dessa planta, do tamanho de uma abóbora (Brandão, Diálogos, 212)
kumari (s.) - CUMARI, variedade de pimenta nativa (Capsicum frutescens L.), arbusto da família das solanáceas (Sousa, Trat. Descr., 186; Brandão, Diálogos, 195)
konduru (s.) - CONDURU, CONDURU-DE-SANGUE, amapá-doce, grande árvore da família das moráceas (Brosimum paraense Huber) (Sousa, Trat. Descr., 217; Brandão, Diálogos, 171)
'ybapurunga (s.) - IBAPURINGA, árvore cecropiácea do gênero Pourouma, de fruto "como uvas bastardas pequenas, que dão mostras de nésperas" (Brandão, Diálogos, 218; Marcgrave, Hist. Nat. Bras., 116; Theat. Rer. Nat. Bras., II, 147)
îuruba (s.) - JURUVA, JERUVA, JIRIBA, nome comum a certas aves momotídeas, espécie de papagaio do tamanho do canindé (D'Abbeville, Histoire, 234v; Brandão, Diálogos, 229)
monguba (s.) - MONGUBA, MUNGUBA, 1) MONGUBEIRA, árvore da família das bombacáceas (Pseudobombax munguba (Mart. & Zucc.) Dugand); 2) o fruto da mongubeira (Brandão, Diálogos, 204)
kuîuîuba (s.) - CUIÚBA, ave da família dos psitacídeos, "pássaro pequeno e de bico revolto, o qual, em se vendo preso, cerra voluntariamente o sesso..." (Brandão, Diálogos, 228)
anũ (s.) - ANU, ANUM, nome genérico de certas aves da família dos cuculídeos. Vivem em sociedade, nos campos e cerrados. (Marcgrave, Hist. Nat. Bras., 193; Brandão, Diálogos, 227)
gûeti (s.) - GUETI, OITI, nome genérico de árvores altas que produzem frutos amarelos: gûetitoroba, gûetimirĩ e gûetikoroîa (v.). (Piso, De Med. Bras., IV, 183; Brandão, Diálogos, 217). O mesmo que ûiti (v.).
mukunagûasu (etim. - mucuná grande) (s.) - MUCUNÁ-GUAÇU, variedade de mucuná (v.), com fava de grande beleza e tamanho, de virtudes nocivas (Piso, De Med. Bras. III, 175; Brandão, Diálogos, 196)
urende'yba (s.) - URUNDEÚVA, URINDEÚVA, URIUNDUBA, árvore da família das anacardiáceas (Myracrodruon urundeuva Allemao), também chamada aroeira-do-campo e lentisco (Brandão, Diálogos, 171)
oîtikoro'i (s.) - OITICOROIA, OITICORÓ, 1) nome de árvore da família das crisobalanáceas (Couepia rufa Ducke); 2) nome de seu fruto, "do tamanho de uma grande pinha" (Brandão, Diálogos, 216)
komixã (s.) - 1) GRUMIXAMA, GRUMIXAMEIRA, planta da família das mirtáceas (Eugenia brasiliensis Lam.), com frutos pequenos, à feição de murtinhos; 2) o fruto dessa árvore (Brandão, Diálogos, 217)
mbeîu (s.) - BIJU, BEIJU, var. de bolinho indígena feito da massa da mandioca espremida e cozido dentro de um alguidar, ficando muito seco e torrado (Staden, Viagem, 142; Brandão, Diálogos, 190)
petymbûaba2 (etim. - instrumento de fumar, cachimbo) (s.) - PETIMBABO, catimbu, catimbó, catimbaua, catimbaba, cachimbo indígena feito do coco da pindoba (Marcgrave, Hist. Nat. Bras., 274; Brandão, Diálogos, 293)
mokó (s.) - MOCÓ, mamífero roedor da família dos caviídeos (Kerodon rupestris). É como um coelho pequeno, sem orelhas nem cauda. Os índios o domesticavam para apanhar ratos. (Brandão, Diálogos, 255)
tabatinga (s.) - TABATINGA, TAUATINGA, TOBATINGA, argila esbranquiçada usada para caiar casas; o mesmo que tobatinga (v.) (Monteiro, "Rel. da Prov. Bras.", in Leite, S., Hist., VIII, 411, 1949; Brandão, Diálogos, 208)
îendaîa (s.) - JANDAIA, NHANDAIA, ave da família dos psitacídeos, espécie de papagaio pequeno grasnador, que vive em bandos e ataca as plantações. As aves jovens são totalmente verdes. (Brandão, Diálogos, 227; Marcgrave, Hist. Nat. Bras., 206)
tamatîãgûasu (etim. - tamatiá grande) (s.) - ave de belíssimas penas, provavelmente da família dos ardeídeos. "Voa sempre muito por alto, por onde vai formando umas vozes que parecem humanas." (Brandão, Diálogos, 229)
ubakupari (s.) - UVACUPARI, BACUPARI-DO-CAMPO, VACAPARI, arbusto da família das hipocrateáceas (Salacia campestris Cambess. ex Walp.), também chamado capicuru, japicuru, laranjinha-do-campo, saputá (Brandão, Diálogos, 217)
kunhãmyxuna (etim. - mulher escura) (s.) - GRUMIXAMA, GRUMIXAMEIRA, 1) planta da família das mirtáceas (Eugenia brasiliensis Lam.), com frutas pequenas, à feição de murtinhos; 2) o fruto dessa árvore (Brandão, Diálogos, 217); 3) murta, murto, planta da família das mirtáceas, de origem mediterrânea; 4) árvore melastomácea do norte do Brasil (Mouriri guianensis Aubl.) (VLB, II, 45) (o mesmo que ybamyxuna - v.) (VLB, II, 45)
sapotaîa (etim. - raiz ardida) (s.) - SAPOTAIA, feijão-de-boi, nome comum a várias plantas da família das caparidáceas (como Capparis flexuosa (L.) L.), cujo fruto é uma vagem muitas vezes oleaginosa (Brandão, Diálogos, 197)
pitomba (ou pitõ) (s.) - 1) PITOMBEIRA, nome de uma árvore da família das sapindáceas (Talisia esculenta (A. St.-Hil.) Radlk.); 2) PITOMBA, o fruto dessa árvore (D'Abbeville, Histoire, 223v; Marcgrave, Hist. Nat. Bras., 125; Brandão, Diálogos, 217)
gûanandi (s.) - GUANANDI, GUANADIM, árvore da família das clusiáceas (Symphonia globulifera L.). "Lança um leite grosso e de cor amarela..., o qual pega como visgo e com ele armam as moças aos pássaros." (Sousa, Trat. Descr., 211; Brandão, Diálogos, 171)
'ybakurupari (etim. - fruta de caroço torto) (s.) BACURI, 1) árvore da família das clusiáceas (Platonia insignis Mart.), também chamada BACURIZEIRO; 2) o fruto dessa planta, grande e carnoso, de polpa amarela e comestível (Marcgrave, Hist. Nat. Bras., 119; Brandão, Diálogos, 217)
Cambuci (RJ). De kamusi: camucim, pote, jarro, talha. Também era o nome de uma planta mirtácea e de seu fruto, que tem a forma de uma talha indígena. Era, também, a cova, a caverna onde eram postas as urnas que continham a ossada dos índios mortos (Brandão, Diálogos, 67) ou a própria urna funerária.
apó2 (s, r, s) (s.) - raiz: sapó-pema - raízes esquinadas, angulosas; SAPOPEMBA (Léry, Histoire, 376); sapó-rema - raiz fedorenta, SAPOREMA, doença que ataca as plantas (Anch., Arte, 3v); sapó-taîa - raiz ardida, nome comum a várias plantas da família das caparidáceas (Brandão, Diálogos, 197); [adj.: apó (r, s)] (xe) - enraizar-se, ter ou lançar raízes: Xe rapó. - Eu tenho (ou eu lanço) raízes. (VLB, II, 95)
kuruatá1 (s.) - COROATÁ, CROATÁ, 1) nome comum a plantas da família das bromeliáceas (Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez e Bromelia karatas L.); 2) o fruto da segunda espécie de coroatá, "fruta branca e comprida que se come chupada, com deixar muito gosto" (Brandão, Diálogos, 217)
kiri (ou kiryba) (s.) - QUIRI, QUIRIM, planta da família das borragináceas (Cordia goeldiana Huber), "que corta pelo ferro por ser mais duro que ele, cujo branco de fora pode suprir a falta de marfim em qualquer obra". É também conhecida como frei-jorge. (Brandão, Diálogos, 171)
ybyrapiroka (etim. - árvore arranca-pele) (s.) - IBIRAPIROCA, árvore da família das mirtáceas, comprida, muito direita, de madeira pesada. "...Têm estas árvores a casca lisa, a qual péla cada ano e vem criando outra nova por baixo daquela pele." (Sousa, Trat. Descr., 218; Brandão, Diálogos, 171)
gûyra'ingaetá (s.) - nome de um pássaro. "Êste pássaro tem grande amor aos filhos, que por lhos não furtarem, vai lavrar seu ninho de ordinário a par de alguma toca, aonde as abelhas lavram mel, as quais, por esta maneira, lhes ficam servindo de guardas dos filhos..." (Brandão, Diálogos, V, p. 228)
arasagûasu (etim. - araçá grande) (s.) - 1) o mesmo que ARAÇANHUMA, ARAÇAÍBA, uma das espécies de araçá, planta da família das mirtáceas; 2) o fruto dessa árvore; 3) nome com que nossos índios tupis da costa chamavam a goiaba (Psidium guayava L.) (Marcgrave, Hist. Nat. Bras., 105; Brandão, Diálogos, 218)
'ybapytanga (ou 'ubapytanga) (etim. - fruta avermelhada) (s.) - PITANGA, 1) árvore mirtácea Eugenia uniflora L.) de fruto avermelhado, também chamada PITANGUEIRA. Suas folhas são aromáticas e anti-reumáticas. 2) o fruto dessa árvore (Marcgrave, Hist. Nat. Bras., 109, 116; Piso, De Med. Bras., IV, 203; Brandão, Diálogos, 218; Theat. Rer. Nat. Bras., II, 146; Lourenço, Carta [1554], in Leite, Cartas, II [1957], 43)
masarandyba (ou masaranduba) (s.) - MAÇARANDUBA, MAÇARANDUVA, MAÇARANDIVA, MAÇARANDIBA, 1) nomes que designam as espécies de árvores sapotáceas Pouteria procera (Mart.) T.D. Penn. e Manilkara elata (Allemão ex Miq.) Monach.; 2) o fruto dessas árvores, de propriedades medicinais (Piso, De Med. Bras., IV 203; Brandão, Diálogos, 171)
peke'a (s.) - PEQUIÁ, árvore da família das cariocaráceas (Caryocar villosum (Aubl.) Pers.). "Dá uma fruta do tamanho de uma boa laranja;... dentro... não há mais que mel, tão claro e doce como açúcar." (Cardim, Trat. Terra e Gente do Brasil, 40). "É muito rijo e de cor amarela... excelente para taboado." (Brandão, Diálogos, 171)
gûabiraba (s.) - 1) GUABIRABA, GUABIROBA, GUABIROVA, GUAVIROVA, GABIROBA, GABIROVA, GAVIROVA, nome aplicado a várias mirtáceas do gênero Campomanesia, árvores copadas e muito altas, com folhas pequenas e flores avermelhadas; 2) o fruto dessas plantas, do modo de azeitonas e doces (D'Abbeville, Histoire, 220; Brandão, Diálogos, 217)
paîemarĩoba (etim. - folha do pajé manco) (s.) - PAJAMARIOBA, MAJERIOBA, MANJERIOBA, nome comum de plantas leguminosas-cesalpinoídeas do gênero Senna, conhecidas também como PAJOMARIOBA, PAIERIABA, folha-de-pajé, mata-pasto, fedegoso-verdadeiro. A espécie mais importante é a Senna occidentalis (L.) Link, espalhada por quase todo o Brasil. (Brandão, Diálogos, 118)
apé2 (s.) - 1) APÉ, APEÍBA, árvore da família das tiliáceas, "de casca muito verde e lisa,... cuja madeira é muito branca" (Sousa, Trat. Descr., 219). Sua madeira é muito usada para jangadas, e é mais chamada no Norte pau-de-jangada. (Apeiba tibourbou Aubl.) (Marcgrave, Hist. Nat. Bras., 273); 2) espécie de amoreira silvestre (Sousa, Trat. Descr., 196); 3) fruto da apeíba (v.) (Brandão, Diálogos, 216)
taîaoba1 (ou taîoba) (etim. - taiá folhudo) (s.) - TAIOBA, TAIOVA, 1) nome comum a plantas herbáceas alimentícias tropicais da família das aráceas, como, por exemplo, a Xanthosoma sagittifolium (L.) Schott (também chamada arão, aro, jarro, etc.) e a Colocasia esculenta (L.) Schott (taioba-de-são-tomé); 2) as folhas dessas plantas, comidas como couve (Marcgrave, Hist. Nat. Bras., 35; Brandão, Diálogos, 198); 3) couve (Fig., Arte, 77)
kamará (s.) - CAMARÁ, CAMBARÁ, nome genérico de plantas verbenáceas do gênero Lantana, dentre as quais se destaca a espécie Lantana camara L., amplamente disseminada no Brasil. O nome aplica-se também, embora mais raramente, a plantas do gênero Lippia. Tais plantas são também conhecidas como CAMARÁ-DE-CHEIRO, CAMARÁ-DE-ESPINHO, etc. (Marcgrave, Hist. Nat. Bras., 5; Piso, De Med. Bras., 191; Brandão, Diálogos, 171)
Pará (estado brasileiro, antigo nome dos rios Amazonas e São Francisco). De pará: rio (grande): "Esta gente multiplicou de maneira que tem senhoreado ao longo d'este rio de S. Francisco, a que o gentio chama o Pará (...). (Sousa, Trat. Descr., CLXXX). "Tem seu princípio esta terra, a respeito do que está hoje em dia povoado dos portuguêses, do Rio das Amazonas, por outro nome chamado o Pará (...)"(Brandão, Diálogos, I).
araryba (etim. - planta da arara) (s.) - ARARIBA, ARARIBÁ, IRIRIBÁ, árvore da família das leguminosas [Centrolobium robustum (Vell.) Mart. ex Benth.], das florestas equatoriais e tropicais, também conhecida como putumuju (Marcgrave, Hist. Nat. Bras., 106). "... Dá outra tinta excelente em ser vermelha, muito mais fina e subida na cor que a do pau-do-brasil e dela se aproveitam as mulheres para o rosto." (Brandão, Diálogos, 208)
ybyrae'ẽ (etim. - madeira doce) (s.) - 1) nome de uma árvore sapotácea nativa (Pradosia lactescens (Vell.) Radlk.), também chamada guaco, cujo fruto "é produzido cada quatriênio" (Piso, De Med. Bras., I, 6); 2) IVURANHÊ, BURANHÉM, GURANHÉM, EMIRAÉM, BURAÉM ou IVURAÉM, árvore da família das sapotáceas, de boa madeira, muito usada nos séculos XVI e XVII para a construção de navios (Marcgrave, Hist. Nat. Bras., 101; Brandão, Diálogos, 171)
aratiku (s.) - ARATICUM, ARATICUNZEIRO, ARATICUZEIRO, 1) árvore do cerrado (Annona crassiflora Mart.), da família das anonáceas, de frutos grandes, pesados e comestíveis; 2) nome de outras espécies de árvores anonáceas, do gênero Annona (Annona montana Macfad. e Annona glabra L.), também conhecidas como araticum-cortiça, marolo; 3) o fruto dessas árvores (D'Abbeville, Histoire, 219v; Marcgrave, Hist. Nat. Bras., 93; Brandão, Diálogos, 216)
îata'yba (s.) - JATAÍ, JATAÍBA, JUTAÍ, JATOBÁ, nome que designa várias espécies de árvores leguminosas-cesalpinoídeas do gênero Hymenaea L., entre as quais a espécie Hymenaea courbaril L., muito alta, de flores amarelas, que oferece vagens compridas e largas, onde há duas ou três nozes redondas e achatadas, contendo um caroço coberto de polpa comestível. É também chamada árvore-copal, ITAÍBA, JAÇAÍ, JATIBÁ, JETAÍ, JETAÚVA, pão-de-ló-de-mico. (D'Abbeville, Histoire, 225v; Brandão, Diálogos, 171; Marcgrave, Hist. Nat. Bras., 101)
karagûatá (ou karaûatá ou karûatá) (s.) - 1) CARAGUATÁ, CRAGUATÁ, GRAVATÁ, nome comum a várias plantas bromeliáceas, de diversos gêneros. A mais conhecida delas, a Bromelia antiacantha Bertol., tem folhas compridas, grossas e espinhosas, com frutos muito amarelos, arredondados, do tamanho de pêssegos, dispostos em forma piramidal. São também chamadas CARUATÁ, COROÁ, CRAUAÇU, CARUATÁ-DE-PAU, COROÁ-VERDADEIRO, GRAGUATÁ, CRAUATÁ, CURUATÁ, etc. "...Dá grande cópia de linho fino e assaz proveitoso." (Brandão, Diálogos, 203); 2) erva-babosa, aloés, liliáceas do gênero africano Aloe, introduzidas no Brasil; 3) licor fabricado com o suco dessas plantas (D'Abbeville, Histoire, 228; Marcgrave, Hist. Nat. Bras., 37)