Jucá (PE). Da língua geral setentrional jucá (< aîura + ká: quebra pescoço), pau-ferro, árvore da família das leguminosas, de madeira duríssima. "(...) É pesado como chumbo; e por causa do seu ofício lhe chamam pao de jocá, pao de matar." (Pe. João Daniel [1757], (p. 227)
Gramática
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Mbyá
Citando
Dicionário de Tupi antigo
A língua indígena clássica do Brasil
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NOTA - Daí, no P.B., JUCÁ (aîura + ká, "quebra-pescoço"), pau-ferro, nome de uma árvore e de sua madeira, duríssima, usada para fazer tacapes.
NOTA - Daí, no P.B., JUCÁ (aîura + ká, "quebra-pescoço"), outro nome dado ao pau-ferro. Daí, também, o nome geográfico ITACAVA (v. p. 386).
NOTA - Daí, o nome do famoso poema de Gonçalves Dias, I - JUCA - PYRAMA ("o que será morto"):
Giçaras (MG). V. Juçara.
îusana (s.) - laço, JUÇANA*: Ekûãî moxy mbo'a îandé îusana pupé! - Vai para fazer cair os malditos em nosso laço! (Anch., Teatro, 20); Îusana abŷare'yma nhẽ serã tentação...? - Porventura a tentação é algo semelhante a uma juçana? (Anch., Diál. da Fé, 232) ● îusã-moín - armar laços: Aîusã-moín. - Armei os laços. (VLB, I, 41); îusana-mbyrara - laço, armadilha para apanhar pássaros pelos pés, JUÇANA-BIPIIARA (Nieuhof, Ged. Reize, 218-219); îusana-îurara - laço, armadilha para apanhar pássaros pelo pescoço, JUÇANA-JURIPIIARA (Nieuhof, Ged. Reize, 218-219); îusana-pytereba - laço, armadilha para apanhar pássaros pelo meio do corpo, JUÇANA-PITEREBA (Vasconcelos, Crônica [Not.], §123, 99)
NOTA - Daí, no P.B., JUÇANA-JURIPIIARA
NOTA - Daí, no P.B., JUÇANA-PITEREBA,
NOTA - Daí, no P.B., JUÇANA-BIPIIARA (îusana + mby-pe + îara, "laço que pega nos pés"), certa armadilha para apanhar pássaros pelos pés.
tuîuka2 (s.) - TIJUCO, TIJUCA, atoleiro; charco, pântano, lama (VLB, II, 17), TIJUCAL ● tuîukusu - tijucal, grande atoleiro, pântano (VLB, I, 47); lamaçal (VLB, II, 18)
sapé (s.) - SAPÉ, SAPÊ, JUÇAPÉ, nome comum a plantas gramíneas do gênero Imperata (I. brasiliensis Trin. e Imperata contracta (Kunth) Hitchc.), esta última conhecida como SAPÊ-MACHO. Suas folhas são muito utilizadas para a cobertura de habitações rústicas. Cresce em terrenos pobres e é mal aceito pelo gado como alimento. (Piso, De Med. Bras., IV, 194)
takûaîûsara (etim. - taquara-juçara) (s.) - var. de TAQUARA (v. takûara) (VLB, I, 65)
îusara (ou îusûara) (s.) - JUÇARA, variedade de palmeira (Euterpe edulis Mart.) (v. îeîsara) (Marcgrave, Hist. Nat. Bras., 133)
îeîsara (ou îusara ou îusûara) (s.) - JUÇARA, IUÇARA, palmeira alta e delgada da mata atlântica (Euterpe edulis Mart.): îeîsaru'ã - palmito de juçara (VLB, II, 63) (o mesmo que îusara - v.)
Jussarí (BA). De îeîsara + 'y: rio das juçaras.
akaîukatinga (etim. - caju catinguento) (s.) - ACAJU-CATINGA, var. de cedro, árvore alta da família das meliáceas (Cedrela fissilis Vell.), de casca grossa e de propriedades medicinais (VLB, I, 70)
Tijuco (rib. de SP). A mesma etimologia de Tijuca (v.). "...é de barro, ou tijuco, que assim se chama por cá, é de não dificultosa subida." (Caetano da Costa Matoso [1749], Diário da Jornada que fez o ouvidor Caetano da Costa Matoso..., p. 895).
Pejuçara (RS). Da língua geral meridional pé + juçara*: caminho comprido.
NOTA - Daí, no P.B., pelas línguas gerais coloniais, pajuçara, muito grande; de grande corpo ou estatura (in PDBLP). O termo juçara, nas línguas gerais coloniais, passou a significar grande: caajuçara ("folhas grandes", arbusto das rubiáceas); muirajuçara ("árvore grande", árvore apocinácea). Isso também se percebe na toponímia: Pirajussara (SP), "peixes grandes"; Pejuçara (RS), "caminho comprido", etc.
Juçaraí (MA). De îeîsara, var. de palmeira + 'y: rio das juçaras.
Pirajussara (rio de SP). Nome de língua geral colonial. De pirá - peixe + pajuçara* (N. e NE) - muito grande; de grande corpo ou estatura (in PDBLP, p. 890): peixes muito grandes.
NOTA - Daí, o nome de pessoa JUPIRA e o nome do poema de Gonçalves Dias I-JUCA-PIRAMA (v. p. 386).
NOTA - Daí se originam os nomes de plantas BRACATINGA, ABÓBORA-CATINGA, AÇAÍ-CATINGA, ACAJU-CATINGA, ARATICUM-CATINGA, etc.
Iaciara (GO). Nome atribuído artificialmente no ano de 1887. É termo de língua geral, provindo, talvez, de îeîsara: juçara, var. de palmeira.
Ipojuca (PE). De 'y + apó + îuk + -a: água das raízes podres. Nome do século XVI: "(...) mistura-se ao entrar do salgado com o rio de Ipojuca (...)" (Sousa, Trat. Descr., XVII).
NOTA - Daí, no P.B., PIÚCA ('yb + îuk + -a, "pau podre"), 1) pau seco que se esfarela, próprio para ser queimado; 2) tronco semicarbonizado. Daí, também, os nomes geográficos TIJUCA (rio do RJ), TIJUCO (nome de ribeirão de SP), etc. (v. p. 386).
u'ã (t) (s.) - 1) talo (p.ex., de couve, alface, etc.) (VLB, II, 123); 2) palmito (usa-se com o nome da palmeira da qual ele foi extraído): pindobu'ã - palmito de pindoba; paty ru'ã - o palmito da palmeira pati; îeîsaru'ã - palmito de juçara (VLB, II, 63)
NOTA - Daí, no P.B. (AM), TIPUCA (ty + puk + -a, "líquido arrebentado"), o último leite que sai da teta das vacas, muito grosso e gorduroso; apojo; TIQUARA (ty + pûar + -a, "caldo batido"), bebida preparada com água, farinha de mandioca, açúcar ou mel e, às vezes, com um pouco de cachaça; qualquer bebida refrigerante (in Dicion. Caldas Aulete). Daí provêm, também, os nomes geográficos TIETÊ (SP), TIJUCA (RJ), etc. (v. p. 386).