galho - takã; takãpyra
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Citando
Dicionário de Tupi antigo
A língua indígena clássica do Brasil
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akã (t) (s.) - galho, ramo (de árvore): Sakã resé i îepokoki. - Ela embarrou nos seus ramos. (VLB, I, 111)
NOTA - Daí, no P.B., SACANGA, galho seco de árvore; graveto.
akãpyra (ou akambyra) (t) - ponta de galho de árvore (VLB, II, 80)
NOTA - Daí, no P.B., SACÃ (SP); SACANGA; SACAÍ (PA), graveto, galho seco; acendalha: Foi apanhar SACANGA no mato. (in Dicion. Caldas Aulete)
akamby1 (t) (s.) - forquilha: Asakamby'ok. - Arranco-lhe a forquilha (p.ex., ao galho da árvore); ybyrá kamby - forquilha de madeira (VLB, I, 142)
apyra (s.) - 1) extremidade, ponta (p.ex., de corda) (VLB, I, 61); cume (p.ex., de monte); auge: okapyra - cume de casa (VLB, I, 87); apyrytá - estrutura de cume, cumieira (VLB, I, 87); ...Ybytyra Olivete seryba'e apyra 'arybo o sy o boîá rerasóû... - Levou sua mãe e seus discípulos sobre o cume do monte chamado "das Oliveiras". (Ar., Cat., 4v); Okyr ko'ẽ-ko'ẽ amana, paranã mopungábo, ybytyra apyra sosé-katu i mopu'ama. - Caiu a chuva sem parar, enchendo o mar, levantando-o bem acima do cume das montanhas. (Ar., Cat., 41v); xe pó apyra - extremidades de minhas mãos (VLB, I, 131); sakãpyra - ponta de galho (VLB, II, 80); 2) final, término; conclusão (VLB, I, 127): Xe nhe'enga apyrûerype ahẽ nhe'engi. - No final de minha fala, ele falou. (VLB, I, 79) ● apyri - na ponta, na extremidade (Anch., Arte, 41)
Caiçara (CE). De ka'aysá - cerca rústica feita de galhos e ramos entrelaçados para defesa e proteção (VLB, I, 143).
apaîugûá (xe) (v. da 2ª classe) - 1) fazer confusão, fazer embrulhada, misturar alhos com bugalhos (naquilo que se conta, naquilo a que se refere, etc.): Xe apaîugûá. - Eu fiz confusão. (VLB, II, 71); 2) estar encaroçado (p.ex., a farinha, o mingau) (VLB, I, 148)
apatynã (xe) (v. da 2ª classe) - 1) fazer confusão, fazer embrulhada, misturar alhos com bugalhos (naquilo que se conta, naquilo a que se refere, etc.): Xe apatynã. - Eu fiz confusão. (VLB, II, 71); 2) encaroçado, encaroçar (p.ex., a farinha, o mingau) (VLB, I, 148)
apaxixã (xe) (v. da 2ª classe) - 1) fazer confusão, fazer embrulhada, misturar alhos com bugalhos (naquilo que se conta, a que se refere, etc.): Xe apaxixã. - Eu fiz confusão. (VLB, II, 71); 2) encaroçado; encaroçar (p.ex., a farinha, o mingau) (VLB, I, 148)
apererá1 (xe) (v. da 2ª classe) - 1) fazer confusão, fazer embrulhada, misturar alhos com bugalhos (naquilo que se conta, a que se refere, etc.): Xe apererá. - Eu fiz confusão. (VLB, II, 71); 2) encaroçar; encaroçado (p.ex., a farinha, o mingau) (VLB, I, 148)
NOTA - Daí, no P.B., CAPEPENA (ka'a + pẽ-pena, "ficar quebrando o mato"), 1) sinal feito na mata, quebrando-se ramos e galhos por onde se passa para se reconhecer o caminho na volta: "Governam-se pelo sol, lua e estrelas; e só quando os matos são pouco limpos por baixo ex vi dos arbustos, que nascem à sombra dos arvoredos, costumam fazer um sinal, a que chamam caapeno, que significa mato quebrado, e é o irem quebrando com a mão alguns raminhos daqueles arbustos, que vão deixando semiquebrados e dependurados, para que na volta sirvam de balizas, e mostradores, que lhes apontem o caminho pelo qual tornem a sair ao mesmo lugar. (Pe. João Daniel [1757], p. 252); 2) picada aberta deste modo (in Dicion. Caldas Aulete).
ka'aysá (ou ka'aysara) (s.) - CAIÇARA, fortificação contra inimigos feita de ramos de árvores; cerca rústica feita de galhos e ramos entrelaçados para defesa e proteção (VLB, I, 143)
NOTA - No P.B., CAIÇARA hoje designa também 1) ramos de árvores, postos dentro da água como armadilha de peixe; 2) curral, galhos de árvores abatidas no corte de madeira; 3) cercado de madeira, à margem de um rio ou igarapé navegável, para embarque de gado; 4) palhoça, junto à praia, para abrigar as embarcações ou apetrechos dos pescadores; 5) cerca tosca de troncos e galhos, em torno de uma roça, para impedir a entrada do gado; 6) recesso onde o caçador se embosca; 7) malandro, vagabundo; 8) caipira; 9) praiano; 10) natural ou habitante de Cananéia (SP) (in Novo Dicion. Aurélio).
koybara (etim. - cata-paus de roça < kó + 'yba + ar + -a) (s.) - COIVARA, técnica indígena de manuseio da terra, que consiste em queimar restos de troncos, galhos de árvores e mato para preparar a terra para a lavoura, limpando-a (Rodrigues, Relação, in Leite, Novas Cartas Jesuíticas, 230)
tamandûa'i1 (etim. - tamanduazinho) (s.) - TAMANDUAÍ, 1) espécie de TAMANDUÁ, mamífero desdentado que habita as matas, da família dos mirmecofagídeos (Cyclopes didactylus L.), com cauda preênsil, vivendo sobre as árvores, enrolando a cauda em seus galhos. Tem dois dedos na mão e quatro nos pés; 2) TAMANDUÁ-MIRIM, espécie de tamanduá arborícola (Tamandua tetradactyla L.) (Marcgrave, Hist. Nat. Bras., 225)
NOTA - Daí, no P.B., um grande número de palavras: ABARAÍBA ("madeira ruim"), nome de uma árvore anacardiácea; BURATEUA (PR) ("ajuntamento de madeira"), trecho de um braço de mar ou de um manguezal onde se amontoam ...vegetais..., formando um emaranhado de galhos e raízes (in Novo Dicion. Aurélio); BRAÚNA, BARAÚNA ("madeira escura"), árvore leguminosa; IBIRAREMA ("madeira fedorenta"), outro nome do pau-d'alho, etc. Daí, também, os nomes próprios (de pessoas e de lugares) IBIRAPUERA (bairro de São Paulo, SP); UBIRAJARA (nome de pessoa); IBIRANGA (PE); IBIRACATU (MG); UBIRATÃ (nome de pessoa), etc. (v. p. 386).
NOTA - Daí provêm, no P.B., BURARA (mby + rara, "prende-pés"), 1) emaranhado produzido pelos ramos caídos no meio da mata, ou árvore tombada que dificulta o trânsito; 2) pequena fazenda ou roça de cacaueiros; 3) lamaçal no interior das plantações de cacau; COIVARA (kó + 'yb + ara, "cata-paus de roça") - 1) restos ou pilha de ramagens não atingidas pela queimada, na roça à qual se deitou fogo, e que se juntam para serem incineradas a fim de limpar o terreno e adubá-lo com as cinzas, para uma lavoura; 2) técnica indígena de manuseio da terra, que consiste em queimar restos de troncos, galhos de árvores e mato para preparar a terra para a lavoura, limpando-a; 3) (MA) galhadas e troncos de árvores derrubados pelas cheias e que descem rio abaixo (in Novo Dicion. Aurélio).